PLANTA-SÍMBOLO

 

Planta-símbolo

A planta-símbolo do XXX ERBOT MG/GA/ES-2010 é Handroanthus arianeae (A. H. Gentry) S. O. Grose, uma Bignoniaceae descrita em 1992 a partir de coleta na Reserva Natural Vale, em Linhares, ao norte do Estado do Espírito Santo. São árvores emergentes entre 25-40 metros de altura, com diâmetro entre 50-150 cm, de flores com corola amarela, organizadas em inflorescência do tipo panícula corimbosa, conhecida na região como ipê-preto. Esta espécie se encontra na lista de espécies ameaçadas de extinção na categoria de vulnerável, além de ter sido incluída em trabalho recente como planta rara.

No Ano Internacional da Biodiversidade o XXX ERBOT MG/BA/ES ocorre no Espírito Santo, onde se encontra uma das poucas áreas megadiversas do planeta. Os botânicos deste Estado vem homenagear através da planta símbolo, os pesquisadores Alwin H. Gentry e Ariane Luna Peixoto. O primeiro, autor da espécie e a segunda a homenageada pelo autor, ambos, com grandes contribuições para o conhecimento e entendimento da distribuição de plantas neste Estado.

Gentry nasceu no Kansas (USA) e foi membro do Missouri Botanical Garden e professor em Washington University e Missouri University. Especialista em flora tropical tendo trabalhado intensivamente em áreas megadiversas da Colombia, Equador e Amazônia Peruana. De 1967 a 1993 Gentry fez mais de 86 expedições de campo para um total de 35 países tropicais, publicou mais de 208 livros e artigos e coletou em torno de 70.000 espécimes. Ele terminou em fevereiro de 1993, com 895 páginas, Um Guia de Campo para Plantas Woody Noroeste da América do Sul, obra de grande importância no que tange ao reconhecimento de plantas.

Gentry realizou um importante trabalho em colaboração com Ariane L. Peixoto na região de Linhares, no Espírito Santo, onde pela primeira vez foi quantificada a alta diversidade daquela região, com equivalência somente em florestas não sazonais na Amazônia superior, no Chocó (Colômbia) e em Bornéo (Ásia), indicando uma hipótese que explicaria o grande número de espécies por hectare ao norte deste Estado.

Em 03 de agosto de 1993 Alwyn Gentry morreu tragicamente, junto com outros quatro cientistas da conservação, em um acidente de avião no Equador durante a realização do trabalho de campo, como um membro da Conservation International do Rapid Assessment Program.

Ariane Luna Peixoto é professora titular aposentada da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, onde lecionou junto ao Departamento de Botânica e foi Decana de Pesquisa e Pós-Graduação. No Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) foi coordenadora de pós-graduação, vice-diretora e diretora da Escola Nacional de Botânica Tropical. Atualmente é pesquisadora associada do JBRJ e bolsista de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Publicou em torno de 70 artigos científicos, organizou/editou 11 livros e tem seu nome ligado a 32 capítulos de livro. Em torno de 20 destes trabalhos foram realizados com a flora do Espírito Santo. Seu mérito como botânica tem sido atestado de diferentes maneiras, entre estas, a homenagem com inclusão de seu nome em sete espécies da flora brasileira, em sua maioria de coletas no Estado, representadas por Handroanthus arianeae (A. H. Gentry) S. O. Grose, Licania arianeae Prance, Eugenia arianae Barroso, Ditassa arianeae Fontella & E. A. Schwarz e Bulbophyllum arianeae Fraga & E. C. Smidt.

No Espírito Santo foi curadora do Herbário CVRD por vários anos, estando atualmente no Conselho Científico do Museu de Biologia Melo Leitão, em Santa Teresa. Contribuiu efetivamente na elaboração da Lista da Flora Ameaçada do Estado. Sua ligação com botânicos e estudantes de biologia se faz a muito tempo, sendo a principal  incentivadora na elaboração da Flora do Espírito Santo.